Meus Desvios
E os meus desvios eram falsos,
Todos com espinhos e pétalas,
Viva, minha história incompleta,
Fazia fim numa penúltima curva.
Meus extravios foram sem rimas,
Perdas e ganhos, pedras e galhos,
Agonizava no querer desprezível,
Invisível o fantasma que não quis.
Minha escrivaninha empoeirada,
Rastros indevidos de várias vidas,
Gastos malditos, portas e saídas,
Bebidas, garrafas vazias ao mar.
O poema precisa atracar no cais,
Abraçar vogais na ira consoante,
Ser amante na ternura da impura,
Atadura que cura o tumor da flor.