Meus Desvios

E os meus desvios eram falsos,

Todos com espinhos e pétalas,

Viva, minha história incompleta,

Fazia fim numa penúltima curva.

Meus extravios foram sem rimas,

Perdas e ganhos, pedras e galhos,

Agonizava no querer desprezível,

Invisível o fantasma que não quis.

Minha escrivaninha empoeirada,

Rastros indevidos de várias vidas,

Gastos malditos, portas e saídas,

Bebidas, garrafas vazias ao mar.

O poema precisa atracar no cais,

Abraçar vogais na ira consoante,

Ser amante na ternura da impura,

Atadura que cura o tumor da flor.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 01/01/2017
Reeditado em 08/01/2017
Código do texto: T5869139
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