Um dia, uma página

Um compromisso, acordar

Abrir os olhos, e sonhar

Levantar, mesmo caído

Fingir estar aliviado

De ter um corpo sofrido

Sobrepor a dor, no âmago do pensamento

E dizer a todos, que agora é o momento

De ser feliz, como todo mundo diz

Mas que não se representa, ator e atriz

Tentando esconder verdade, que não se aguenta

Um dia, uma página

Do livro de capa dura

Que dura poucos anos

Em capítulos de amargura

Ao foliar se sente os danos

Mas o livro é conto de fadas

Ao menos é o que o autor quer

Em sua mente abrem-se as asas

Do infinito poder, onde estiver

Tragédia grega não roteiriza, os desígnios de fé

Se o livro fora jornal, acabará no chão ou no lixo

Como toda notícia de ontem, a humanidade tem esse vício

De perder a vontade cedo demais

Antes de esperar morrer, se quer mais, a saber

E cada notícia nos dá sensação de encarar o precipício...

Sem importar, gênero e conteúdo, há que se terminar essa odisséia

Que todo mundo vai revisar, resumir, resenhar

Mas ninguém vai ler, além do próprio ser, autor, personagem, leitor

Caótico enredo agregado ao valor do segredo

De páginas vindouras, as fomentadoras, desse delirante enredo