Espaço de Tempo
O tempo todo estava lá mas
não sabíamos ver.
Não sabíamos ler.
Não sabíamos enxergar.
O tempo todo estava e morava
em nosso saborear.
Nosso tom de pitada.
O tempo morava em si e no
meio de nossa estrada.
O tempo habitava em morada
de nossa liberdade.
O tempo conceituava
e habitava.
Nosso estatal.
Era nosso verbo
Era nosso conceitual.
O investidor universal.
As vezes nosso tempo derruba
quem somos.
Pois é Pai do sermos e seus
servos.
O tempo era e foi nossa estadia
de permanecer.
Foi nosso constatar.
Proliferar o doce na pimenta.
Destilar o que se revela e se
pronuncia.
Se faz natural pois vem de
províncias.
Vizinhos do pan demônio.
Acesso aceso do incenso ao
dormir.
Velas do patrimônio.
Ao acordar e recortar o
recordar do tempo de ter tempo
pra no ver e nos abastecer.
O tempo é a pegada que mora
na covardia humana diária de
humanas enchentes.
Mortas ou vivas mas
sempre manchetes.