HÁBITO SALUTAR

HÁBITO SALUTAR

Tenho por hábito salutar,

acordar

bem cedinho pra sentir

o cheiro do orvalho

na manhã,

sendo levado pelo vento

que não se perde

em seu ir,

trazendo pra tarde

a saudade da manhã

anfitriã.

Há em minha alma

algum verso que quer

emergir,

pra gozar no ocaso

do sol na tarde,

a beleza da natureza sã;

quando o vento

já se apressa em ir pra

noite, no seu contínuo

fugir

como cúmplice do tempo,

deixando minha alma

contemplando

a luz do sol se pondo

por detrás da exótica

avelã.

Movida pela inspiração

abstraída,

minha alma conduz

os versos, dela emergidos,

povoando-os

de faíscas estreladas.

E o vento afoito, agora

balança as árvores

adormecidas

pela quietude da noite

silenciosa.

Enquanto o orvalho

que se renova nas plantas

anoitecidas,

nutre de seiva vegetal

os versos que se espalham

pelos recantos campestres.

Meu corpo físico

já pede um novo repouso.

E a plena noite,

como livre anfitriã, recebe

minha alma desencarcerada.

A inspiração

poética, por enquanto,

se recolhe na consciência

da alma desdobrada.

Para depois,

renascer vigorosa,

resultante

de edificantes sonhos astrais.

Escritor Adilson Fontoura

E-mail: aafontoura@hotmail.com.br

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 30/12/2016
Reeditado em 11/02/2018
Código do texto: T5867615
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