Ó Artista
Ó artista, cheire ou não cheire
esse teu sorriso a esturro
vais tu, agora, ouvir-me,
que a verdade também é murro.
Se a mulher é como um livro
é preciso ser bem javardo
p'ra estraga-lo na leitura
a quem o faça: clausura!
Esses livros não têm dono,
sabe o homem decente,
não os há em segunda mão,
são livres, independentes.
Tocas a guitarra, cantas,
p'ra mim soa a carrilhão,
as palmas que me mereces
é barulho de uma só mão.
Ao teu miserando canto
batipzaste de sinfonia.
Quem te disse provinciano
errou, é tudo misoginia.
Tens um contrato com o vento
para não te deixar prender.
Também ele quando violento
é incapaz de se arrepender.
Por último dou-te um adágio,
faz com ele o que quiseres:
mais vale um homem ser maricas
do que agressor de mulheres.