FAZER POESIA

Fazer poesia,

é como tentar lembrar-se de algum sonho,

após o despertar

confuso do corpo sonolento.

A alma, no entanto,

se recupera do que lhe foi tristonho,

e faz com que

o poeta componha de modo bem lento.

Mas o poeta é paciente,

e aguarda que a alma lhe conte o fato

estranho, que lhe motiva

qual sonho lhe inspira nesse momento.

E porque lhe espero,

a alma me agrada com semblante risonho,

dizendo-me baixinho,

num sussurro, o que me é apenas lírico invento.

Não me revele,

alma eterna, o que me desagrada saber.

Permita-me,

nesse instante, nutrir-me do meu devaneio.

Guia-me a inspiração

lenta, que me ajuda a compor com prazer.

Traz-me de algum sonho,

a gênese poética que me sirva de esteio.

Então, fazer poesia,

é como sentir na lentidão do tempo,

a luz da paz inspiradora.

É como sentir

o que a alma fez em sonho,

após o despertar

do corpo que a encarcera.

É como mergulhar

em si e entrever os versos emergindo

para a poesia.

É como perceber

que o fazer poético, depende

da vontade da alma,

fruto do influxo pensante inspirador.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 29/12/2016
Reeditado em 29/12/2016
Código do texto: T5866713
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