Apatia
Apatia
Sem muito o que pensar ou dizer
cirzo os dias indiferente;
nada a um palmo do nariz,
tampouco horizonte além...
e no jornal amarrotado
só o escusado passado...
por o ontem, por o anteontem
reexisto, em mim, por um triz...
e o calor que já não sinto
pertence todo a ninguém
meu peito, a mil, pulsa aquém,
perdido em seus labirintos.
Apatia(II)
Quase não suporto o barulho
que o teu silêncio provoca em minha mente...
dia e noite procuro rastros
e a cada passo que dou
mais e mais, de mim, distancias...
Perdido
nesse vendaval, sem guia,
sem ciência pra onde vou...
os meus sentimentos castro
e minh'alma jaz descontente
com o calar dos teus arrulhos...
Teu orgulho
seca a terra vorazmente,
reduz pendão a meio mastro,
faz o mundo perder a cor,
e a vida, sua galhardia...
E fria
tal qual astro sem fulgor,
desertos de chão nefasto
que sucumbem, entrementes,
em areias e pedregulhos...