O poeta e o mar

O azul que navega em serenidade

No cair dessa tarde tão poética

Corpo d’água salgada imensidão

Ondas alisadas pela brisa oceânica

Tão pacífico que parece uma oração.

Um amor à deriva a vogar numa jangada

O farol da paixão apenas assiste

Veredas marítimas um caminho triste

Navegando estibordo sentimento e ilusão

Ambos na mesma embarcação.

O ângulo certo entre o mar e a lua

Revela a marina nesta noite tão nua

Vestida apenas de lua mostra os seios

O silêncio flutua nos meus devaneios

A negra voragem engole os saveiros.

Atlânticas colchas retalhos de maresia

Marina se alimenta de algas e espumas

Caravelas em segredos são as rosas do mar

A nau do destino enfrenta a densa bruma

Mas a estrela do sul sai brilhando a guiar.

No conselho do mar se ouve Poseidon

É hora de aportar numa enseada pequena

A noite serena céu estrelado é um dom

O poeta contempla o suave marulhar

E adormece no mar sob o cintilar neon.

Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 27/12/2016
Código do texto: T5864965
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