Senzala
Nem todo amor é senzala
Da distância ao abismo
A dor desenfreada
Da impureza do destino.
As palavras desnorteiam
Entortam, me consomem
Vivo delas e pra elas
Afagam a solidão.
A noite cai sobre meu caos
Como o açoite da poesia
Incerta e voraz
De ilusões e despedidas.
Portas abertas não libertam
Como tristeza sem vinho.
O peito às vezes chora
É apenas a chave do caminho.