Ausente

Quando escrevo abro uma ventana

Uma banda dá vista ao oriente

A outra é treva opala

A brisa que adentra sopra intimamente

É morna como a carne dos lábios

Desta mulher ausente.

Quando escrevo faço uma fenda no tempo

Através dela vejo o contentamento

A fenda se fecha e o tempo pára

O meu olhar estático e dormente

Busca a alegria no olhar

Desta mulher ausente.

Quando escrevo eu quebro o silêncio

Buscando os sussurros

Da poesia contida naquela voz

Hoje, linha melódica abstinente,

Antes um rima consonante

Desta mulher ausente.

Quando eu escrevo eu bordo um jardim

Num campo florido nitente

Que há em mim regando a flor

Com uma lágrima que rola silente

Recordando todo o amor

Desta mulher ausente.

Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 25/12/2016
Código do texto: T5863182
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