VIDA
Oh, vida!
Por que ser tão assim?
Vida que intimida
Que devora até jasmim
Vida bela, vida curta
Vida fala, vida cala
Vida anda, vida nada
Vida corre, vida morre
Não sei em que momento
Talvez um lapso, um lamento
Decidi afirmar
Que és um perigoso mar
Onde frias tempestades
Levam almas para Hades
E os seus lamentos de pavor
Sufocam no mundo o amor
Mas então, o que é o amor
Um misto de alegria e dor?
Deve ser desconhecido
O seu verdadeiro sentido
Certamente é só ilusão
Dizer que a cabeça é o coração
Mas por que ele dispara
Bate forte e depois para?
Será tudo reflexo
Desse misterioso multiverso?
Ou será que vem do sol
De segredos além-mol?
Talvez seja só um poema
Uma conversa e um esquema
Uma beleza distorcida
Um labirinto sem saída
Talvez seja até um jogo
Que se joga a ferro e fogo
Um processo em construção
Num combate a um padrão
Talvez seja uma matrix
Onde Neo vive infeliz
Onde escravos-energia
Vivem loucos na folia
É o céu e o inferno
É o início, o fim e o meio
É o antigo e o moderno
É o caminho que permeio
Mas então, vida!
És alegria descontente
Uma chegada, uma partida
Ou devaneio da minha mente?
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