CONVERSA DE FIM DE TARDE
No alpendre da fazenda naquela casa caiada,
Ao ver chegando a boiada tangida por seu João,
Chapéu de couro e gibão que o vaqueiro vestia,
A tarde quase sombria e a noite a se aproximar
Como é que eu posso falar nessa conversa da gente?
E o velho todo exigente começa a interpelar;
E o vaqueiro, direito, responde tudo ao seu jeito
Sem ter medo de errar:
Patrão, fugiu a novilha, não tive como pegar,
A vaca preta pariu e um bode se escafedeu,
A cerca se arrebentou e um bezerro danou-se,
O rumo não aprumou-se e até agora o vizinho
Só tá usando o caminho que o senhor proibiu;
Uma das pontes caiu, não tem mais como passar,
Na baixada o pasto presta, no outro lado secou,
A fazenda se acabou só o senhor quem não viu.