Luzes da cidade
Sentado na escada da casa onde moro observo a cidade.
O sol agora já deixou para trás os seus últimos sinais.
O céu adquire um azul escuro, profundo. Mas no horizonte se ofusca e se perde,
dominado pelas luzes da cidade.
Aviões, tão longe, cruzam os céus e fazem-me lembrar de uma noite de outrora, quando, subindo aos céus, deixava a cidade. Deixava-a para lá longe ir trabalhar.
Lembro-me de vê-la do alto, bela, com sua infinidade de luzes. Que como ondas iam ao longe até se perderem em meio as montanhas ou nos limites da orbe, distante...
Da escada da casa onde eu moro vejo as luzes da cidade,
e em cada luz uma casa,
em cada casa pessoas,
em cada pessoa um sonho, uma emoção.
No firmamento estrelas aparecem,
e uma leve brisa já se faz anunciar com seu frescor.
Carros passam aqui e ao longe.
Torres iluminadas se erguem aos céus.
Tão bonita e calma parece ela agora.
Como alguém que relaxa após o trabalho.
Quem me dera Deus ela fosse assim calma.
quem me dera ela fosse:
mais santa,
mais bela,
mais justa,
com mais homens com mais amor.
Algumas nuvens branquinhas enfeitam o azul e a leve brisa volta a soprar...
Boa noite São Paulo.
10/11/94