Homem-Anjo
Tinha aparência de homem
Mas com olhar aproximado, a observar
Poder-se-ia notar
E deduzir, o ser alado que era
Um anjo, do céu, desatrelado de asas
Tão belas quimeras
Pegou-me no colo
Para, num adejo solto,
Mostrar-me seus paraísos
Contemplou meus traços femininos
Sussurrou-me doces versos imprecisos
Fez-me vislumbrar ballet de flores multicores
Sentir odores de jasmins e sândalos
Vi borboletas se aproximando
E em meus cabelos firmando pouso
Em questão de instantes
Fui do riso ao choro,
do pranto ao gozo,
do chão ao céu...
Cativa do doce querer do querubim
a renascer
decidiu retomar asas e ao céu ascender
Só o que sei é que hoje tenho em meu corpo
as impressões, odores e tremores
das digitais de um Anjo transmutado em flores
que em primavera se faz presente
no horizonte do céu do meu olhar
Voa, Anjo
Que o vento te trará
Pra mim
Em forma de pétalas
E a alegria em meu ser será sempre completa!