Homem-Anjo

Tinha aparência de homem

Mas com olhar aproximado, a observar

Poder-se-ia notar

E deduzir, o ser alado que era

Um anjo, do céu, desatrelado de asas

Tão belas quimeras

Pegou-me no colo

Para, num adejo solto,

Mostrar-me seus paraísos

Contemplou meus traços femininos

Sussurrou-me doces versos imprecisos

Fez-me vislumbrar ballet de flores multicores

Sentir odores de jasmins e sândalos

Vi borboletas se aproximando

E em meus cabelos firmando pouso

Em questão de instantes

Fui do riso ao choro,

do pranto ao gozo,

do chão ao céu...

Cativa do doce querer do querubim

a renascer

decidiu retomar asas e ao céu ascender

Só o que sei é que hoje tenho em meu corpo

as impressões, odores e tremores

das digitais de um Anjo transmutado em flores

que em primavera se faz presente

no horizonte do céu do meu olhar

Voa, Anjo

Que o vento te trará

Pra mim

Em forma de pétalas

E a alegria em meu ser será sempre completa!

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 30/07/2007
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