Do Fantasma Sem Rosto
Você não tem um rosto, então o mistério cria;
olhos de poesia que olham o pressuposto
enxergando agosto onde janeiro havia...
no branco (que bebia) o amarelo colostro.
Se esse rosto não tem e a dúvida é minha
o outro (que não tinha) dava certeza a quem
de que havia alguém, embora sem a carinha,
por trás de cada linha se revelando tão bem?
O rosto...a beleza...entre as máscaras, qual
veste o outro igual, uma toalha, a mesa
se, ao abrir : surpresa! era açúcar, não sal
no prato inicial servido como tristeza?
O que é a clareza senão um garfo mental?!
o que come, afinal, tem fome ou tem certeza?
Torre Três
19-12-2016