INCÓGNITA

O homem que dilacera sua alma é sombra,

Penumbra de cujo vulto a morte se aproxima,

É anônimo coadjuvante, recebedor da propina

Que o faz ausente; cidadão que vive em coma.

A razão humana é nômade, fértil, inconsistente,

Contudo são sonhos apenas que veem milagres,

Pois vida é destino que soma os objetivos acres

De quem respira e não vive, somente é recipiente.

No pensamento habita uma visão muito atrofiada

Das esferas que rodeiam a mais solitária estrada

Donde há espinhos que ferem as carnes da solidão…

O tempo é ermo, pois sufocado está em si mesmo,

Então precoce é o homem de cuja alma é o termo

Que diz: criança não é adulto, mas vive no ancião!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 17/12/2016
Código do texto: T5855520
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