O AMOR ENGANA-TE
Ao principiar da primavera
o mundo era nosso como a imprecisão e o distúrbio
o caos da doçura fazia do sangue adubo das flores
e nada de dor apenas o estímulo da morte
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Pelas ruas bússolas e repolhos indicam o inferno
sem contudo haver conclusão
e mesmo assim nossos cavalos sofrem de medo pelos faróis
temos passado a noite dos séculos ignorando que a república é uma farsa
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Não sabemos o que fazer com o amor e consumo
o grão-vizir proibe-te de dizer a magia
saberás a potência das flores? será? o que farás do sexo ante as feras da teoria?
Após o tumulto da aurora observo os lençóis revolvidos nos motéis da cidade
e concluo: essa noite houve trapaça
o amor engana-te pois ele pulsa no coito dos cavalos com as flores carnívoras
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Vivamos além das fronteiras e das migrações
nenhum pacto nos dará o mundo e a vida
do que adianta a mulher ao carregar o manto do sonho?