Deserto da vida

Há momentos na vida que o deserto

Em nós faz morada

Ele vem de mansinho e quando menos esperamos

Tudo secou, murchou, queimou

Os sorrisos sumiram

Os amores partiram

A casa silenciou

E o que antes era um oásis

Apenas a quente areia restou

Olho para essa imensidão

E tudo que enxergo é poeira

Escorpiões cobras

Qual veneno pior , deles ou da solidão?

Qual é a dor mais doída?

Com certeza a fria dor solitária

Que não tem compaixão

Onde estão todas as minhas flores?

Todos os sorrisos inocentes que aqui ecoavam?

O tempo e o vento levaram

O tempo não tem compaixão

O vento é impiedoso

Junto com o tempo arrastam tudo

Deixam apenas o vago deserto

O sol escaldante das lembranças

Que nos ferem feito lanças alucinantes

E queimam meu corpo

Ferem minha alma

Me enlouquecem

E eu aqui enterrada nesse deserto

Eterno desterro desfolhado

Terra arrasada por divindade malvada

Lamento eu no deserto

Choro minhas dores

Revivo meus dias de outrora

Onde tudo era alegria

Hoje me resta a cruel nostalgia

Que tanto me agonia

Carla Neumann
Enviado por Carla Neumann em 16/12/2016
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