Depressão poética - III

Sempre ou nunca

As noites morrem todos os dias
Os dias nascem de todas as noites…
(…)
Inevitavelmente persigo o tempo
Todo aquele que perco
No qual me encontro nos teus lábios
Nos sonhos recompenso-me
Notícias que me nascem na consciência
Alma voa pela letra da melodia
Pisando flores, perfumando
A dura e bela essência da vida!
(…)
Combates com obuses cor-de-rosa
Que se calam ao poder económico
Manténs o eu inviolável, e o nós?
Caem crianças à morte sem vida
Sob o peso do meu egoísmo
Movimentam-se orações audíveis
Braços elevados aos céus, à vista
Mas cruza-os na solidão do mundo!
(…)
     - Talvez o amor te salve!
Salvífica virtude, essa a de amar
Sem homem, sem mulher, apenas amor
Humanidade que te procura,
Benevolência que te encontra,
(quanto nos vale o eu, o ter?)
Quanto nos vale um sorriso?
Os sorrisos acabam com as guerras!
(…)
Sempre esqueceste o amor, o sentir
O decidir e perdoar, o buscar perdão!
Nunca te importaste com o mundo?
Tu bastas-te a ti próprio?
A felicidade reside em ti?
Ou no mundo que te abraça?
Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 15/12/2016
Código do texto: T5854312
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