Orfandade

Então me abraces

E o encontro dos nossos

Medos

Flutuará sem chão,

Sem teto,

Sem mãe.

Nós...

Os dois:

Numa orfandade faminta

De vida.

Quase incólumes.

Apenas e só

No instante do abraço.

Andamos mesmo,

Ultimamente,

A marcar desencontros

Com as palavras.

E estes desencontros

Consistem numa certa

Delicadeza infinita

Que testemunha

O céu azul das nossas

Bocas em silêncio.

Karla Mello

http://karlamelomelo.blogspot.com

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 15/12/2016
Reeditado em 15/12/2016
Código do texto: T5853578
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