Orfandade
Então me abraces
E o encontro dos nossos
Medos
Flutuará sem chão,
Sem teto,
Sem mãe.
Nós...
Os dois:
Numa orfandade faminta
De vida.
Quase incólumes.
Apenas e só
No instante do abraço.
Andamos mesmo,
Ultimamente,
A marcar desencontros
Com as palavras.
E estes desencontros
Consistem numa certa
Delicadeza infinita
Que testemunha
O céu azul das nossas
Bocas em silêncio.
Karla Mello
http://karlamelomelo.blogspot.com