O Ceifador (A melodia do fim).

Vinha silencioso,

Por entre as sombras tenebrosas,

Dos pesadelos gelados.

Seu olhar negro amedrontava,

O coração pulsava fortemente

Quase que escorrendo por entre os dentes.

Ouvia-se longe,

Os uivos das almas perdidas,

Muitas vidas haviam se dissipado.

Mas o ceifador das almas condenadas,

Era insaciável.

Muitos dormiam

E não ouviam o canto opaco

que regia a melodia do fim.

Como serão os jardins das almas boas?

Será que seguirei para onde o sol adormece?

Ou minha morada será cruel,

Não terá descanso algum

Sobre as águas de larvas escaldantes.

Não espero despir-se desse corpo agora,

Sei que esta morada breve,

Aos poucos não me cabe mais.

Mas não quero ir de encontro

Ao abraço inevitável do esquecimento.

Quero construir mais pequenos fragmentos

De lembranças para alguém recordar.

Antes que minha face de vez possa se apagar,

E eu por inteiro venha a me abstrair.

DjavamRTrindade
Enviado por DjavamRTrindade em 14/12/2016
Código do texto: T5853075
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