O Ceifador (A melodia do fim).
Vinha silencioso,
Por entre as sombras tenebrosas,
Dos pesadelos gelados.
Seu olhar negro amedrontava,
O coração pulsava fortemente
Quase que escorrendo por entre os dentes.
Ouvia-se longe,
Os uivos das almas perdidas,
Muitas vidas haviam se dissipado.
Mas o ceifador das almas condenadas,
Era insaciável.
Muitos dormiam
E não ouviam o canto opaco
que regia a melodia do fim.
Como serão os jardins das almas boas?
Será que seguirei para onde o sol adormece?
Ou minha morada será cruel,
Não terá descanso algum
Sobre as águas de larvas escaldantes.
Não espero despir-se desse corpo agora,
Sei que esta morada breve,
Aos poucos não me cabe mais.
Mas não quero ir de encontro
Ao abraço inevitável do esquecimento.
Quero construir mais pequenos fragmentos
De lembranças para alguém recordar.
Antes que minha face de vez possa se apagar,
E eu por inteiro venha a me abstrair.