XIX
As trevas sucumbem minha visão
Incertezas dilaceram Minh ‘alma
O porvir não me traz alento
Complexo e frágil ser
Práxis glorioso
O insólito sabor de ruína
Oh, deuses do Olimpo
Não cansam de nos tornar desgraçados?
Quão prazeroso é aos seus sentimentos carnais
Contemplarem meros efêmeros
Que fomos concebidos em pecado
Condenados e acorrentados
Nos usurpam o gozo de viver
Matam a carne de nossa carne
Para beber do inocente sangue
Em cálice de ouro
Se embriagam
Seres imundos e torpes
Eu, mortal
Bramo que te enfrento oh poderoso Zeus
Sua fúria fulminou meus medos
Lanças e espadas não te causarão a ferida que quero
Vou em nome de nós
Seres transitórios
Que terminarão a batalha dos séculos
Com sua cabeça em mãos
E saciados com teu sangue