Furta côr

( Liduina do Nascimento)


 

O amor silencioso agarra-se em frágeis plumas, ao balanço dos galhos das árvores mais altas para descansar à espera do pássaro que é seu encanto,
Eis que ele ressurge , pousa sem cantar, sem bater as suas asas,
E a sua discrição entontece , atenua a falta...
Ele é interessante, é diferente, não quer ser, se acha comum
Mas é  rio,
É céu
É mar
É lua
É sol...
É viagem, é estação que ouve o trem, ouve os sussurros de amor,
Escuta um canto triste que vem de longe, dentro do peito e  traz bondade,
traz a alegria que ela precisa...
Ela se anima, lhe fala de um amor, 
E fala também de sua saudade...
Ele ouve, ri, brinca, e diz coisas lindas
colocando os seus pés na realidade,
Ela retruca e diz; você é a minha felicidade.
Feito esplendor de anjo cheio de brilho de estrelas,
Guia... Ele sem querer lhe guia,
Porque até o som da sua voz é nela a viagem que ela quer fazer,
até o fim de sua vida... Porque este pássaro é a razão da sua alegria.
_ Pássaro que furta côr, meu encanto, meu sonho de amor.
Não existe sonho mais lindo pra ela nesse mundo que não seja seguir
os voos desse pássaro que a sua alma ganhou...
Quando um dia o tempo tirar você de mim meu pássaro querido,
Verde, azul, vermelho, furta côr,
com toda certeza alguém irá saber; eu terei certamente morrido,
Mas não dirão morreu sem conhecer o que é o amor.

 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 14/12/2016
Código do texto: T5852599
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