Ginga

Ginga

Ginga vestida de lindo abadá

Vinha dançando afoxé ao som do agogô

Saudando a todos com um caloroso axé

E era uma azoeira total

E muitos quitutes havia para o povo se regalar

Abará, angu, caruru, pamonha, quindim

Sarapatel e até quitutes do céu

E a multidão feliz tomava aluá

Debaixo de um imenso baobá

As negras cantavam bamberê

Mas as crianças não queriam adormecer

E a batucada continuava regado à boa cachaça

Havia também bobó de camarão

Que faz bem ao corpo, alma e coração

E naqueles cafundós um velho cafungá

Fazia cafuné nas trancinhas de iaiá

Muita dança havia por lá: jequedê, lambada e maculelê

Um belo mocorongo dançava maracatu

E tomava quimbebé com devoção e fé

E quase no final houve um tribufu

Repleto de urucubaca

Que causou uma quizomba total

Uma pendenga colossal

Mas ao chegar o mamulengo

Finda-se toda maracutaia

Ao som do urucungo e da velha zabumba

Todos, desde velhos e crianças

Requebravam a bunda

E o povo em coro festivo

Começou a gritar

Começou a cantar

Ave Ginga sem cessar

E a nobre rainha feliz

Lançava milhares de beijos no ar