REDEMOCRACIA

Quando nos ensinaram/

Que o Brasil foi descoberto/

Todos por uma boca só difundiam o mesmo/

Como certo/

Quando nos disseram que o índio e o negro/

Não tinham alma/

Por um pensamento só, a sociedade, vislumbravam como correto/

Quando vieram a público, como euforia inusitar a Republica em detrimento do Império/

Quando vieram a publico restrito dizer da corrupção da Ditadura/

Quando vieram dizer dos filhos de Marias e Clarices/

Torturados e desaparecidos pelo bem comum/

Em passos largos a opinião fustigada deu-se as mãos a uma canção na frase mais culta/

Podia-se ouvir no refrão, de norte a sul/

Os gritos exaltados de luta/

Já podia se ouvir os apelos a justiça absoluta/

Mães e filhos se levantando como trabalhadores numa escrita/

Pedindo pela ascensão da liberdade propriamente dita/

Então resoluto/

Deu-se conta que era dia de caminhar pra uma nova história/

Quando, enfim, dos palanques ornamentados/

Dos ânimos acirrados/

Das muitas bocas os verbos ousados/

Das principais ruas se ouviam bradar gritos/

E, sobretudo, a alma transpirar esperança/

De dias melhores/

Nos apresentaram redemocracia/

Pra dizer ao povo dos direitos e das obrigações/

As certezas e oportunidades/

Numa nova aurora, que surgia/

Era tanta euforia/

Que a espreita não se via os oportunistas organizando/

O que realmente definiria o que vem a ser/

Toda essa miséria/

Que a cada amanhecer/

Nos deixa querendo saber/

Se morrer, é a única saída para viver/

Na cidadania/