Na cova com leões

Jogado na cova com leões,
aguardando o próximo sol,
que nunca vem,

O chão sustenta apenas sapatos usados,
aroma quente de abandono, na beira do abismo.

Tudo isso está inutilizado,
a mágoa vã e a vaidade
da idiotia me deprime.

Um concerto de vozes se arrasta pelas ruas lá fora,
a vaidade
da idiotia
me desperta para a náusea.

Continuo esperando o nascer do sol
que nunca vem,
na cova com leões imaginários,
esperar foi a única senha de entrada,
e de saída.

É o esperar,
dos resignados. 
Larissa Prado
Enviado por Larissa Prado em 09/12/2016
Reeditado em 09/12/2016
Código do texto: T5848742
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