A viagem

Vamos a África/

Vamos ao Haiti/

Não, vamos ao oriente/

Por que gritam do ocidente/

Vamos ao Polo Sul/

Ao Equador/

Por que não a Antártida/

Lá na América/

De ponta a ponta/

Nas esquinas dos subúrbios/

Não dá pra dizer que os reis/

Que os senhores são simpáticos ao povo/

Como são às suas vaidades/

É tanta injustiça/

Que a miséria já trás a historia escrita/

Não preciso nem sair do papel/

Pois que as lágrimas vicinais/

Apertam a dor/

Até que essa força bruta/

Ensandecida dilacere a essência da alma/

E alivie o sofrimento, apenas nos segundos/

Mas se perguntar/

Ainda que a miséria seja absoluta/

Há uma queixa/

Porém, mais do que um alívio imediato/

A esperança adeja/

Na incompreensão humana, como luz de um sorriso/