SISMÉRIA - O quantum

SISMÉRIA - O quantum

Meus amores todos quando

aspiram meu suor delicado

entram pra fazer de mim um caos

minha procura incessante

meu orgulho de ser um fera

o mal cansado de ser um

bem na cama dos epiódios

que terminam cedo demais

é inteiro no corpo dos outros

as fagulhas soltas pela fissura louca

vai poluir aqueles puros sonhos

vejo o seu nome desenhando no teto

veja eu fui longe aonde o incerto

me dava desejos melhores

enquanto você dormia

eu estava comprando uma mentira

quando entrou devagar

pra ser a verdadeira viagem

que alucina violenta

somente ouvia o meu corpo carente

eu preferi ficar entre os doentes

entre os feridos da batalha

aqueles que não transaram

ficaram todos no bar

olhando-me nua prometida ao próximo

o falo cuspia suas palavras

eram tão exatas vinham quentes

sedentas depois de saírem de dentro

que seus rostos ficavam brancos

penosos e eu ainda prometida

esperava o novo mordomo

que serviria minha volúpia

durante a noite enquanto for noite

será noite de entrega

eu desejo um drink que fique

saboreando meu sangue

queiram arrancar minha pele

beber toda mistura

sejam os hinos que ouço nos pesadelos

tocados pelos monstros

querendo matar a duquesa

quando em meus apelos

existe esta fina loucura

torne-na viva esplêndida famosa

quero sair de dia também

sair no dia sendo caçada...

MÚSICA DE LEITURA: Tess Parks - Voyage