A ROTA INVERSA
O rumo inverso do poeta desatento
Causa o incêndio das verdades vorazes
E focos de medos que devoram frases
Nos dias cinzas, desertos e sem alentos
Tempos estéreis, secos e vadios
Horizontes de velhas nuvens impuras
Idéias desconexas, solitárias e duras
Sensações de desejos frios e vazios
Essa rota planejada e certa da sina
Desliza sobre os trilhos do destinos
No encalço do futuro, virtuoso menino
Disfarçado de dimensão divina.
As horas cansadas soam lentas
O vácuo dorme no silêncio da dúvida
E entre uma e outra noite túrgida
Ver-se céus de grandes bocas cinzentas.