NO MEIO DA NOITE

Acordo no meio da noite.

Não quero mais dormir.

Gosto de conviver com a minha eventual solidão.

A minha alma já chegou

e não pode mais sair.

O que ela fez (tento lembrar) em sua desdobrada ação?

A minha esposa dorme.

O que fazer?

Não tenho pra onde ir.

Será que o meu despertar

me motiva alguma inspiração?

O meu gato mia.

Faz-me companhia.

Algum verso quer emergir,

fruto do que sonhei enquanto dormia com quem desfruto de feliz união.

Gosto de dormr cedo,

mas às vezes, por falta de sono,

acordo no meio da madrugada.

Habitualmente, o tempo da noite é reservado para o corpo,

que deve gozar de merecido repouso.

Embora saiba que a alma desdobrada,

sinta-se no dever de ocupar-se

com expressivas tarefas astrais.

Desde criança que sou assim, um dorminhoco incorrigível.

Só que hoje, o homem amadurecido não dorme tanto como outrora dormia.

Ainda bem que sou poeta.

Quando não tenho o que fazer (sobretudo desperto no meio da noite),

faço poesia!

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 05/12/2016
Reeditado em 05/12/2016
Código do texto: T5844698
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