Noctívago
Que a escuridão lave com silente silêncio as dores e tristezas que o dia trouxe à luz,
Que ao repousar nos teus negros ombros,
teus braços confortem o cansaço, sufoquem a dor,
trazendo ao leito de sombras centelhas e rastros de luz.
E a noite hoje, que de tão afoita já tornou-se ontem, trouxe-me ao seu peito,
Pranteado com a prata-lua que espreita teus negros olhos e insiste em trazer-lhes o brilho de sua presença.
Lava lua, minha escuridão, tão sua,
presença intensa que perdura tua face refletida e nua.
Crua substância que me invade e perpetua.