CANTO DE IMPROVISO
Um repente, canto de improviso
ao pé da parede, no alpendre
um repentista nordestino,
cabra macho... No agreste, sede
Em outros riachos, barriga verde.
Foi vaqueiro no sertão
calça e chapéu de couro, gibão
na vaquejada, farinha com rapadura,
vida dura, laço, que laça ao mourão.
Monta no burro, com seu cabresto
Balaio no fio do espinhaço
chocalho no pescoço, passo a passo
empancando em seu embaraço
olhe o pulo... Eita cabra macho!
Poeira, derradeira porteira
vida apertada sem moeda
menino em sua carreira, fuleira
deixando aberta a cancela
e toda cabritada na pirambeira.
Antonio Montes