CANTO DE IMPROVISO

Um repente, canto de improviso

ao pé da parede, no alpendre

um repentista nordestino,

cabra macho... No agreste, sede

Em outros riachos, barriga verde.

Foi vaqueiro no sertão

calça e chapéu de couro, gibão

na vaquejada, farinha com rapadura,

vida dura, laço, que laça ao mourão.

Monta no burro, com seu cabresto

Balaio no fio do espinhaço

chocalho no pescoço, passo a passo

empancando em seu embaraço

olhe o pulo... Eita cabra macho!

Poeira, derradeira porteira

vida apertada sem moeda

menino em sua carreira, fuleira

deixando aberta a cancela

e toda cabritada na pirambeira.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 05/12/2016
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