MEU SENTIDO DE VIDA
Antonieta Lopes
Após noventa anos inda escrevo,
Uma palavra ou outra perco, às vezes,
Mas meu destaque ponho e em relevo
A grafia dos termos portugueses.
O sentido não perco - como um cervo
Malograda, inda enfrento os reveses,
Eu os encontro, mas tratá-los devo
Ano após ano, horas, dias, meses.
Da poesia, o sentido em mim é
Como o sol que desponta no horizonte,
Mas não maior que o amor, espr'ança e fé.
De uma existencia pobre sendo a fonte,
Ela me torna rica e amada até,
De minha tenda ao céu ela é a fonte.