MEU SENTIDO DE VIDA

Antonieta Lopes

Após noventa anos inda escrevo,

Uma palavra ou outra perco, às vezes,

Mas meu destaque ponho e em relevo

A grafia dos termos portugueses.

O sentido não perco - como um cervo

Malograda, inda enfrento os reveses,

Eu os encontro, mas tratá-los devo

Ano após ano, horas, dias, meses.

Da poesia, o sentido em mim é

Como o sol que desponta no horizonte,

Mas não maior que o amor, espr'ança e fé.

De uma existencia pobre sendo a fonte,

Ela me torna rica e amada até,

De minha tenda ao céu ela é a fonte.

Antonieta Lopes
Enviado por Antonieta Lopes em 05/12/2016
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