Tortura
Tortura
Contorce-se amarrada, amordaçada
Seu algoz sádico tão sorridente
A cada grito, uma gargalhada
A cada lágrima, uma dor estridente
Farpas em unhas arrancadas
Sangue escorre copiosamente
Percebe-se ferida e mutilada
Nas mãos dum maníaco doente
Partes pouco a pouco cortadas
Olhos perfurados vagarosamente
Tamanha crueldade requintada
Dos delírios de um demente
Sob o jugo desta alma perturbada
Falha a orar candidamente
Brada seu ódio à pessoa amaldiçoada
Urra de dor inutilmente
Desfalece enfim lancinada
A morte aproxima-se finalmente
Água gelada lhe faz acordada
E a tortura começa novamente
Eduardo Benetti