COMPORTAMENTO HUMANO
Saudades tuas inundam as noites de ternura
pássaros, pássaros, pássaros de prata
trazem-me notícias longínquas dos teus passos,
haverá humanidade além do amor cotidiano?
Tantos observam a passagem do ano
que não posso confidenciar segredos
nas ruas vazias, pois não ficaremos sós
o bastante para que malandros de banjo, banjos malandros,
organizem a nossa invisibilidade frente aos inimigos
implantando a matemática futura na regência dos semáforos.
É inútil forçar passagem nesta multidão que desconhece
o planejamento das eras. Ser menino não tira o perigo
dos lagos, ao contrário, séculos determinam o comportamento
humano nos pontos de ônibus pela multiplicação das coisas
e das consciências, ou seremos de mera plasticidade?
Éguas fantásticas e jumentos, gerados para além da bio-genética,
girando rosas nos dentes esperam a insubmissão da primavera
arruinar o arquipélago inumano organizado na ausência
de história, destes que hóspedes da Ilusão vestem outros Nomes.
Festas mais antigas que a história das primeiras nações
acontecem movidas pelo deleite e pela fé. Sabe-se que há
um arcanjo desconhecido e sem idade mirando
a imaterialidade dos sonhos que tombam transformados
na inútil maquinaria dos oceanos, que mais pela constância
do que pela rotina vivificam a catástrofe precisa
dos arquitetônicos jardins do amor
que os rouxinóis modulam pondo música nos átomos