Há poemas que não escrevo
Há poemas que não escrevo
Escrevem-se na solidão de serem vida
Palavras que se escapam
Por entre os dedos e a ponta da pena
Versos que caem nas escarpas do dia
Desejos que se perdem
Um olhar da alma
Uma esquina, um mendigo
Alguém a quem o mar
Lavou a vida para a eternidade
Há poemas que não escrevo
Por deixar que se escrevam
Que aconteçam, que sejam vida
Que brilhem pela manhã
Que se ponham, por detrás de um monte
Que sejam lágrimas, que sejam beijos
Que sejam jejum, que sejam flores
Que tenha cores, que sejam cinza
Há poemas que não escrevo
Que não devo, que não quero
Que não posso, que não elevo
Quem são os poemas?
Quem verdadeiramente são os poetas?
Quem são as palavras soltas
O sentido, a rima, a mensagem
O sentir?
Há poemas que não escrevo
Que diga verdades ou mentiras
Sejam elas escritas ou sentidas
- talvez reflicta inconscientemente
Na verdade oculta por detrás da escrita
Na verdade há poemas que não escrevo
Talvez porque sim, talvez por medo…
Alberto Cuddel
Há poemas que não escrevo
Escrevem-se na solidão de serem vida
Palavras que se escapam
Por entre os dedos e a ponta da pena
Versos que caem nas escarpas do dia
Desejos que se perdem
Um olhar da alma
Uma esquina, um mendigo
Alguém a quem o mar
Lavou a vida para a eternidade
Há poemas que não escrevo
Por deixar que se escrevam
Que aconteçam, que sejam vida
Que brilhem pela manhã
Que se ponham, por detrás de um monte
Que sejam lágrimas, que sejam beijos
Que sejam jejum, que sejam flores
Que tenha cores, que sejam cinza
Há poemas que não escrevo
Que não devo, que não quero
Que não posso, que não elevo
Quem são os poemas?
Quem verdadeiramente são os poetas?
Quem são as palavras soltas
O sentido, a rima, a mensagem
O sentir?
Há poemas que não escrevo
Que diga verdades ou mentiras
Sejam elas escritas ou sentidas
- talvez reflicta inconscientemente
Na verdade oculta por detrás da escrita
Na verdade há poemas que não escrevo
Talvez porque sim, talvez por medo…
Alberto Cuddel