Poema feio II
Rio, 30. 11. 2016.
Poema feio II.
Meu chinelo arrebentou
Enquanto eu flanava pela
Avenida Maracanã,
Em uma residência se ouvia
A música: "Fly Me to the Moon",
Versão do Djavan.
Shakespeare diria que
"Sinistra paz traz consigo
Está manhã".
Na TV do bar de esquina
Não se falava em outro
Assunto, de quebra:
"O avião, o time, a pane,
A tragédia da queda".
A sociedade lamentou,
Entristeceu, um país inteiro
Com o coração partido
ao meio e não era pra menos.
A vida tem dessas coisas,
Mas Deus é quem
sabe de tudo, oremos.
Em meio a crise econômica,
A desfaçatez da classe política
consegue aumentar
ainda mais o desânimo
do povo Brasieliro,
E eu respondo automático
Ao cumprimento de alguém
Que indaga: "tudo maneiro?".
Eu perdi o fio da meada,
Mas ainda vale acrescentar
Que "só o amor nos salva".
Vamos tocar o barco,
Remar pra frente e ver
O que vem depois.
Fica aqui essa intenção
Meio fracassada de escrever
Um poema feio dois.
Clayton Márcio.