FORÇA CENTRÍFUGA

Vanderlei Martins Pinheiro (1)

– Ao capitão Joaquim Luiz dos Santos Moncks (2)

De imediato constatei

a estranha e literária fuga,

quando li e analisei

a obra “Força Centrífuga”.

Inovadores versos feitos,

por um coração insatisfeito.

Dois poemas traduziram

mais facilmente este efeito,

aos olhos que os consumiram.

Num estilo em que se exila

da realidade a interpretação,

releia “Álbum de família”

e “Ordem de execução”.

Releia e encontre a explosão

ainda sufocada nesta ilha.

Belo Natal, no “Natal” distribuído,

e neste mesmo, por mim lido

interpretado e compreendido.

Nem espantos, nem lamentos,

dos anos escapulidos

aos “Doutos” desatentos.

– Do livro VERSOS DE AMOR À BRIGADA MILITAR. Porto Alegre, Vendramin, 1ª ed., 1986, p. 47.

(1) Tenente Coronel reformado da BM. Jornalista. Diretor-fundador do jornal “Correio Brigadiano” e do “ABC” da Segurança Pública. Membro da Associação pró-editoração à Segurança Pública – APESP. Acadêmico titular, com assento na Academia Brigadiana de Letras – ABRIL. O poema acima foi escrito em 1982, quando o Capitão Pinheiro estava com 35 anos de idade e padecia as atribulações da política castrense dos anos de chumbo, no âmbito da BM. O livro acima citado foi publicado somente em 1986, quando se esboçava a abertura democrática, que se consolidaria com a promulgação da Constituição-Cidadã, em 1988.

(2) Joaquim Moncks, o “poeta-soldado”, havia sido contemporâneo do cadete Pinheiro no Curso de Formação de Oficiais da BM (1964/67), e lançara, em Pelotas/RS, a 10 de junho de 1979, o livro de poemas “FORÇA CENTRÍFUGA”, com tiragem de 700 exemplares, capa em serigrafia. Tal obra poética mereceu uma segunda edição de 2.000 exemplares no mesmo ano, patrocinada pelo Comando da BM, com lançamento e autógrafos em Canoas, situada na região metropolitana da capital, em 15 de dezembro de 1979. Desta edição foram distribuídos 1.140 exemplares aos oficiais do quadro da ativa da corporação, a título de mimo de natal, através do canal de comando da gloriosa corporação fardada do RS.

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5839576