Amanhecendo
Amanhece. È a minha janela que o diz.
Um sol aceso na fresta
Um raio amarelo na parede
Matando o quarto escuro.
Foi-se de mim o sonho
Que finda em noite madura.
Canta o galo nos quintais vizinhos
Um carro de boi rangendo as rodas
Diante da voz do leiteiro, do padeiro...
Canta a ave de hino desconhecido
Inaugurando a sinfonia no cume das árvores.
Tanto e tudo acontece
Na minha vida amanhecida
Um sonho dependurado nos olhos
Querendo falar comigo.
Mas como lembrar
Se os sonhos não são de todo verdade?
Amanhece. È a minha janela que o diz.
Da cozinha, o café perfumado de Benedita
Tem me dado bom dia.