Paisagem-poesia-poesagem

O Sol decidiu pousar no mar.

Nem este apagou aquele

Nem aquele evaporou este.

Pode-se arriscar outro palpite:

Já surgiu inteiro emerso do mar

Na baía lá de Tóquio, reluzente.

O único ente evaporado,

De vergonha quase morta,

É a reles imaginação do poeta.

Este pausa o pensamento,

eleva os olhos para além

e vê a janela e não mais o papel.

Então, pousa na mesa a caneta,

Caminhando sai porta afora

E encontra o Sol de braços abertos.

Uma paisagem-luz tarrafeia

De cima a baixo todo o cenário:

Uma planície ampla é plenamente

Capturada por meus olhos

Que escaneiam tudo ao redor

E guardam todinho o azul dentro de si.