TARTAROS

Por sete anos cantei minha história 
de sangue e sacrifício,
na pele carrego as marcas 
da autoflagelação. 

Ainda poderão ouvir,
se prestarem bem atenção:

O eco das grutas da morte
resulta do meu último grito.
Preso entre a dor e o prazer,
clamei aos olhos celestes
que elevassem a alma de um pobre demônio ferido.

Sujo e gasto,
Decrépito e maculado,
forjei com as próprias mãos
os portões de Tártaros

na vã esperança de alcançar
a atenção dos céus,
entreguei-me a uma existência mórbida:

você descobre que pode morrer

e continuar 

respirando

(esse ar de enxofre que a alma exala.)

 
Larissa Prado
Enviado por Larissa Prado em 29/11/2016
Código do texto: T5838816
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