TEMPO DO VERSO
Em cada verso que escrevo
não conto o tempo de minha poesia
nem conto cada instante
do que lhe flui de seiva inspirada.
Não quero o tempo
que sobra no vazio dos meus versos
porque é apenas um meio-tempo
de fragmentos do que em breve
porvir será alguma poesia.
Não sinto o tempo do verso
que pulsa no silêncio de sua moradia
porque a pressa dele emergir
depende do que me motiva a inspiração.
Prefiro me ocupar
com o tempo de sono dos meus versos
onde repouso em teus recantos oníricos
sentindo deleite na lentidão do tempo.
Escritor Adilson Fontoura