AS MANGAS E AS MOSCAS

Lá pras bandas

Da roça no tempo certo

Chove manga do pé.

O chão coalha de bons frutos

Cheirosos e docinhos, passando do ponto.

O cheiro maduro chama no vento as moscas

E num instante começa a festança.

Surgem moscas para tudo que é lado

Se lambuzando no amarelo enviado do alto.

Para elas o chão pintado de alegria caída

É rio dourado de plena vida frutífera.

Regalam-se as moscas festeiras zumbindo.

Voam bêbadas de tanto açúcar

E as mangas vão chovendo, chovendo.

Glória vinda das nuvens verdes da mangueira.