O Tempo Passou
O Tempo Passou
Marilda de Almeida
Desceu como um rio dos meus olhos, as lágrimas,
Pelo tempo que perdi com sentimentos em vão,
Hoje se choro, é de alegria, por estar viva,
Pelas pessoas que encontrei em meu caminho,
E amigos que se tornaram para vida inteira.
Devagar tudo foi se colocando no lugar,
Hoje canto com os pássaros, com as crianças,
O verde dos campos me serve de inspiração, para
os versos compor, o barulho da chuva é canção de ninar.
Hoje só alegria, por ser família, por não ser uma no meio da multidão.
Solidão, só passageira, daquelas que se sente de um amigo ou de um parente ausente.
Sofrer jamais, pior ainda se for por antecipação.
Sem entregas, sem cumplicidades, sem perdas.
Amor só se for verdadeiro, daqueles que deixam as pernas bambas.
Que nos faz silenciar, apaixonados em êxtases, até pela lua.
Que entontece, com medo de perder o chão, a razão, medo de ser feliz.
Como se estivéssemos em um trampolim, pronto para saltar, mas com medo de afogar-se em seus próprios sentimentos.
Agora vejo que o tempo é o melhor remédio, faz amadurecer, crescer e envelhecer, mas que bom que o tempo passou.
E disso tudo, só guardei na memória as coisas boas que me aconteceram, Deus não permitiu que guardasse nenhuma mágoa, nenhuma dor, com o tempo cicatrizaram, hoje sou uma nova mulher.
Hoje sou Marilda, aquela que o tempo transformou.
Marilda.
27/07/2007