De Monstro e Astro – Vai Fidel Castro

 
Derrubou um ditador
E um deles se tornou
Ao ter nas mãos o poder.
No cenário Mundial
À Cuba deu projeção
Cultura, Saúde, Educação
Em glória e ascensão.
Mas o povo, mais que isso
Do Direito de ir e vir
Da lei do livre pensar
Da liberdade de expressão
Também quer o seu quinhão.
 
Lenda de nome fiel
Pelo Éden, pelo fel
Realçou o social.
Praticou a repressão
Imprimiu marcas profundas
Alcançou repercussão.
Figura de relevância
Foi um farol de ideias
Escreveu as epopeias
Das derrotas, das vitórias
Jogou poderes no chão
Deu vida à Revolução.
 
Fez-se assim o Comandante
Executor e mandante
Seguido por legiões.
Entre iras, simpatias
Mostrou as versões mais frias
Dividiu opiniões.
Promoveu conhecimento
Gerou revolta, lamento.
Pregando a dignidade
Cometeu atrocidades
Foi amado, odiado
Foi equívocos, verdades
 
Posou de herói e vilão
De dura realidade
A mais forte expressão.
Fez discursos pelo Mundo
— Os mais longos já ouvidos
Plantou o próprio pensamento
Disseminando aos ventos
Sua crença, sua lei.
Mudou a vida da Ilha
Fez a luta, a guerrilha
Deixou dádivas e dores
Foi supremo, fez-se Rei
 
Em vinte e cinco de novembro
De dois mil e dezesseis
Contando noventa anos
Sucumbe o líder, o mito.
Duas faces da moeda
E o mundo inteiro se queda
Refazendo a trajetória
De quem entra pra História
Marcado à contradição.
Ora monstro, ora astro
Registre a posteridade
O nome de Fidel Castro.




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