BRAÇOS

Ele nunca pediu que eu o esperasse

Mas fazia questão de ligar as três da manhã pra saber se eu estava acordada e se a porta estaria aberta para ele

Ele nunca me prometeu que ficaria mais que o necessário

Mas veio sempre que o meu coração chamou. As vezes antes, as vezes bem depois, mas sempre veio

Ele não disse que cuidaria de mim com carinho

Mas na primeira vez que um medo me cercou enquanto eu estava no seu colo aquele abraço espantou todos os meus fantasmas

Ele nunca disse que eu era a mulher escolhida

Mas me escolheu para perdoá-lo, para conhecê-lo e para recebê-lo de volta quando as fantasias se desintegrassem

Poucas vezes ele escreveu pra mim

Mas muitas vezes me fez chorar, sorrir, sentir, só com alguns versos

Eu nunca quis me entregar a alguém tão forte

Sempre me cuidei pra ter certeza que conseguiria escapar quando julgasse necessário

Mas aqueles braços são como um laço que me enfeitam, me prendem e me dão de presente a ele

Ele não é culpado pelo tamanho daqueles braços

Mas pela maneira com a qual decidiu me laçar, é!

E já foi eternamente condenado aos meus carinhos.

Lu M
Enviado por Lu M em 26/11/2016
Reeditado em 26/11/2016
Código do texto: T5835278
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