BRAÇOS
Ele nunca pediu que eu o esperasse
Mas fazia questão de ligar as três da manhã pra saber se eu estava acordada e se a porta estaria aberta para ele
Ele nunca me prometeu que ficaria mais que o necessário
Mas veio sempre que o meu coração chamou. As vezes antes, as vezes bem depois, mas sempre veio
Ele não disse que cuidaria de mim com carinho
Mas na primeira vez que um medo me cercou enquanto eu estava no seu colo aquele abraço espantou todos os meus fantasmas
Ele nunca disse que eu era a mulher escolhida
Mas me escolheu para perdoá-lo, para conhecê-lo e para recebê-lo de volta quando as fantasias se desintegrassem
Poucas vezes ele escreveu pra mim
Mas muitas vezes me fez chorar, sorrir, sentir, só com alguns versos
Eu nunca quis me entregar a alguém tão forte
Sempre me cuidei pra ter certeza que conseguiria escapar quando julgasse necessário
Mas aqueles braços são como um laço que me enfeitam, me prendem e me dão de presente a ele
Ele não é culpado pelo tamanho daqueles braços
Mas pela maneira com a qual decidiu me laçar, é!
E já foi eternamente condenado aos meus carinhos.