Pássaro-luz!

Veja, lá está o Pássaro-luz!

Como brilha

no espelho do ontem.

Ei. Venha para o lado certo.

- Não me pergunte qual seja. Não o sei direito.

O que importa é a bondade

de seu voo alimentando

ilusões afogadas no espaço azul.

Pássaro-luz!

Como canta

na caverna do futuro.

Ei. Derrube o som desafinado.

- Não me pergunte de onde vem. Não o sei direito.

O que importa é a amizade

de seu olhar transmitindo

doçuras afagadas no espaço branco.

Pássaro-luz!

Suas cores enfeitam

a árvore tão bela

que dá frutos preciosos.

- Quais? –

São pedaços do presente

embrulhados com saudade

dos minutos vividos.

São fatos, fotos, rostos, seres amados

emoldurados nas bolas alegres de Natal.

Pássaro-luz!

Sua paz enobrece,

retira o sabor amargo

e devolve o amor ao amor.

(26.11.85)

Alexandre Sansone
Enviado por Alexandre Sansone em 25/11/2016
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