ADVENTO
 
Quem será que me procura
na noite escura, sem medo,
indiferente aos perigos,
enfrentando desafios,
desvendando mil segredos?

Serás tu, meu doce amado,
aquele há tanto esperado,
por mim, ansiosa e gemente,
nas madrugadas paradas,
a alma abatida e cansada,
em soluços intermitentes?

Chegaste, enfim, é o bastante.
Não importa o tempo gasto
a chorar mágoas antigas.
O que importa é este instante,
de força profunda, de vida,
de momentos não previstos,
de mistérios não contados.

Sim, és tu, meu doce amado,
que chegas trazendo nas mãos
o aroma das primícias,
e os botões da redenção.



(publ. ago-2006)


Paulo Miranda
Na noite escura, sem medo
vem iluminar esse breu
descobrirás teu segredo
mirando a quem te Romeu...