VIDAS DOS MORTOS
Nas cidades dos mortos
tudo se acabou...
esferas redondas
o som do amor
a esperança a banda
a marcha do senhor.
O silencio ali,são quadrado
os contos de fada, acabou.
Não tem plano, não tem nada
a vida engasgada enfada
chegaram ao fim da estrada
vidas, tantas!
mortes erradas.
Nas cidades dos mortos
não tem mais olhar torto
o mundo agora e pouco
o viver lá é reboco.
Na esfera dos mortos
a língua se empedra
o vida se enterra
na boca do tumulo
olhos levam terra
sem tempo sem segundo.
As palavras, estão nas placas
dizeres expressando...
Tempo, época, idade
o passado agora é marca
o fim é o registro da verdade.
Sem olhos, sem lagrimas
acabou-se avenida da alegria
agora, tudo sobre o encolho
aonde a vida, não é vida
e os dias não são dias.
Antonio Montes