VIDAS DOS MORTOS

Nas cidades dos mortos

tudo se acabou...

esferas redondas

o som do amor

a esperança a banda

a marcha do senhor.

O silencio ali,são quadrado

os contos de fada, acabou.

Não tem plano, não tem nada

a vida engasgada enfada

chegaram ao fim da estrada

vidas, tantas!

mortes erradas.

Nas cidades dos mortos

não tem mais olhar torto

o mundo agora e pouco

o viver lá é reboco.

Na esfera dos mortos

a língua se empedra

o vida se enterra

na boca do tumulo

olhos levam terra

sem tempo sem segundo.

As palavras, estão nas placas

dizeres expressando...

Tempo, época, idade

o passado agora é marca

o fim é o registro da verdade.

Sem olhos, sem lagrimas

acabou-se avenida da alegria

agora, tudo sobre o encolho

aonde a vida, não é vida

e os dias não são dias.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 25/11/2016
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