Manifesto à juventude

Para onde foram

os anos de minha juventude?

Transportaram-se à marte?

Bomboleiam saturno?

Mergulharam o oceano nebuloso

todo-poderoso-amem?

Escorreram pelas quinas?

Espreitaram trincheiras fundas

bradando: mata-ou-morre.

dobraram-se sobre si mesmos

como origamis kamikazes

ensaiando o vôo e a queda?

Quem dirá do tempo

ás tuas longas histórias?

Faixas brancas na areia estelar,

retratos singulares de janelas

suspensas no todo cosmos.

A quem interessa ás pegadas

do moço astronauta desbravador

de distâncias, linhas e rugas?

Do semblante vil

e paradoxal do artista?

Da altura inabalável das montanhas?

Para onde escaparam

os dias brandos?

Refletem-se no grisalho

das mães-paraíso-eterno?

Engalfinham-se aos pares?

guerreiam entre si

o tempo e a memória?

Por quais bandeiras?

Brancas? Negras?

E o amor, os afagos?

Operam sobre quais tratados?

Vini Miranda
Enviado por Vini Miranda em 24/11/2016
Código do texto: T5833901
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